Pontos a Ponderar

Bruxaria em forma de anjo de luz

Harry Potter - Foto: Divulgação

A febre esotérica, iniciada com advento dos princípios da nova era, está contagiando milhões de pessoas em todo o mundo, e uma de suas armas mais eficientes nos últimos dias tem sido o poder da mídia. Como exemplo claro disso, recentemente, a série de livros Harry Potter e o filme homônimo, baseado no primeiro livro da série, se apresentaram como instrumentos eficazes dessa influência. O personagem dos livros de Joane K. Rowling, é um órfão de 11 anos que tem uma guinada na sua vida quando descobre que é um bruxo. Na internet, são 150 mil sites falando do personagem, que já teve sua história traduzida para 42 idiomas e 100 milhões de exemplares vendidos dos três primeiros livros da série, fazendo com que os lucros da Editora Bloombury, que os publica, aumentassem 120% em um ano. Há tempo atrás, a Warner Bross anunciou que o filme de Harry já se aproxima da marca de um bilhão de dólares de arrecadação mundial, sendo a terceira maior arrecadação em todos os tempos. Só no Brasil, ele já foi visto por mais de 3,5 milhões de pessoas. Líderes evangélicos de todo o país estão levantando sua voz contra a obra, e o mesmo pode ser visto em todos países do mundo.

Por um lado, há uma publicidade forte do personagem, mas, por outro, há contraposições como a de 60 escolas na Austrália, que proibiram a leitura dos livros de Rowling, considerando-os de má influência. Enquanto há pesquisas que falam positivamente, destacando  que a série está criando o hábito de leitura em milhões de crianças no mundo, grupos cristãos estão apresentando em profusão pesquisas que mostram o lado maléfico da série.
Um grupo evangélico de pesquisa em Massachusets (EUA) apresenta dados como o depoimento de dezenas de crianças que asseveram invocar demônios inspiradas no personagem. "Os livros de Harry Potter são incríveis. Quando eu crescer, vou aprender necromancia e invocar os maiores demônios da terra", afirmou Houston Winters, de 11 anos.

Confusão de conceitos sobre o bem e o mal

Perguntada sobre se depois de ler o livro e ver o filme tenha desejado ser uma "bruxinha", uma adolescente respondeu ao repórter sem tergiversar: "Quem dera! Já pensou?!"
A questão é se existe algum "bruxo bom". Bruxaria pode ser considerada, em algum sentido, positiva? A Palavra de Deus é clara: "Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti", Dt 18.10-12. Jesus disse: "Quem não é comigo, é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha", Lc 11.23. "Abstende-vos de toda a espécie de mal", 1 Ts 5.22.
O personagem de Rowling despertou nas crianças e adolescentes o interesse pelo oculto e pela feitiçaria. Harry Potter, que já virou até nome de droga na Austrália, luta contra a baixaria das trevas, pois na história há uma espécie de "bruxaria da luz". Assim, a obra apresenta a bruxaria como algo que não é mal em si mesmo. Misturada com os conceitos de amor, coragem e amizade, somando-se a isso a atração pelo sobrenatural, a mensagem de Harry se torna palatável para o público desavisado.

Psicóloga Clínica Sônia Scaff - Foto: CPADA obra de Rowling, diferentemente das obras clássicas de fantasia, não distingue perfeitamente o bem e o mal. Aliás, esses conceitos se confundem em seus personagens, e isso é terrivelmente pernicioso para a criança, como deixa claro a psicóloga clínica Sônia Scaff, da AD em Curitiba/PR: "O maior problema que existe neste tipo de ficção '[e a falta de definição entre o bel e o mal. Essa definição é muito importante para a formação psicológica da criança, para seu equilíbrio como ser humano".
Sônia lembra que na literatura antiga havia essa distinção clara, e as confusões de hoje são sintomas dos espírito do Anticristo, que prega o sincretismo religioso, estimulado pela sociedade pós-moderna. "Se nos reportarmos à cultura antiga, veremos que os papéis dos vilões e dos heróis nas histórias eram bem elaborados. Nos contos registrados pelos irmãos Grimm, por exemplo, havia essa distinção. Era um meio de passar para os filhos a diferença entre o bem e o mal. A criança, fazendo bem essa separação, vai ter o poder da escolha, e isso é importantíssimo, pois é a escolha que vai definir o caminho do sucesso ou não. Infelizmente, hoje o lobo e a bruxa aparecem nos desenhos, livros e filmes com o rosto cheio de bondade", lamenta.
A psicóloga ainda ressalta a importância dos pais, da Igreja e dos professores na formação do caráter dos jovens. "Devemos instruir de fato sobre o bem e o mal, sobre o pecado e a santidade, pois esses princípios estão distorcidos. Isso é tremendamente ruim para a formação da personalidade da criança. Essa mistura é uma das razões de as pessoas estarem perdendo os ideais, tanto o ideal bíblico como os valores, de forma geral. Por não terem ideais concretos, elas estão se prendendo mais ao material", analisa Scaff.

A Serviço do diabo

Pr Elinaldo Renovato de Lima - Foto: CPADPara Elinaldo Renovato de Lima, líder da AD em Paranamirim (RN), desmascara as verdadeiras intenções da obra. "As crianças são alvo predileto do diabo. Ele quis matar os meninos de Belém, visando a Jesus. Graças a Deus, seu plano foi frustrado, pois os pais de Jesus obedeceram à direção Divina, tirando-o para bem longe dos que queriam destruir sua vida. Era o 'projeto Herodes'. Esse projeto continua em vigor. O diabo quer destruir as mentes infantis, levando-as a crer que existem poderes sobrenaturais que podem ajudá-las na luta entre o bem e o mal. É uma trama diabólica, pois, usando o mal, o inimigo das crianças faz com que elas acreditem que estão sendo ajudadas. Harry Potter é mais  uma das armadilhas do diabo", denuncia pastor Elinaldo.
Pastor Elinaldo faz um paralelo com um dos períodos negros da humanidade registrado na Bíblia: "O menino bruxo está fazendo com que milhares de crianças no mundo deixem de crer no poder de Deus para crer no poder da bruxaria. No Antigo Testamento, em Canaã, antes da chegada de Israel, pais jogavam seus filhinhos no fogo, nos braços do deus moloque. Hoje, crianças são lançadas diretamente nos braços de satanás".
A preocupação do Pastor Elinaldo Renovato de Lima tem todo fundamento. Basta lembrar da declaração da escritora diante dos primeiros protestos, em entrevista ao The London Times, edição de 17 de julho de 2001. "Acho que é uma total bobagem protestar contra os livros infantis, dizendo que estão atraindo as crianças a Satanás... As pessoas deveriam estar contentes por isso! Esses livros guiam as crianças para uma compreensão que o fraco e idiota Filho de Deus é uma fraude", afirma a escritora. Não é à toa que nos livros de Rowling todas as pessoas que não são bruxos são chamados de "estúpidos" ou "trouxas".
"Creio que tal declaração dispensa mais comentários. Está mais do que claro que os Pais Cristãos devem manter seus filhos à distância dessa literatura perversa e maligna, que tem por objetivo afastar ainda mais as crianças de Deus e iniciá-las na bruxaria.
A Bíblia tem razão: "Instrui o menino no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele", Pv 22.6. Jesus disse: "Deixai vir a mim os pequeninos, e não os impeçais; porque dos tais é o Reino de Deus", Mc 10.14. Que os Pais Cristãos zelem melhor pela vida de seus filhos, afastando-os do 'projeto herodes', como os pais de Jesus o fizeram", alerta o ministro.

Fonte: 
Jornal Mensageiro da Paz - CPAD
mpaz@cpad.com.br
Ano 71 - Número 1.401 - Fevereiro de 2002

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