Um grupo de cientistas britânicos divulgou hoje um estudo no qual garante ter descoberto um gene capaz de destruir as células do câncer, a doença que provoca mais mortes no mundo todo a cada ano. O gene, denominado "Alternate Reading Frame", aparece no corpo de forma natural e protege as células humanas de determinados "sinais perigosos" que poderiam se tornar cancerígenos.
Segundo o grupo de pesquisadores da Universidade de Dundee, na Escócia, imitar o comportamento dessa molécula, conhecida como Arf, pode acabar gerando um bem-sucedido tratamento contra o câncer. Os pesquisadores ressaltam que se for controlado o crescimento das células cancerígenas, ou se elas forem destruídas, é possível acabar com elas mais rapidamente, ou pelo menos torná-las mais sensíveis aos efeitos da quimioterapia.
"Descobrimos um importante mecanismo natural que protege da doença as células que ainda estão saudáveis", declarou Neil Perkins, um dos principais responsáveis pela pesquisa. Apesar de tudo, o especialista reconheceu que "às vezes, o gene pode ter um comportamento defeituoso". O estudo será publicado amanhã, sexta-feira, na revista científica "Células Moleculares".
"Conhecer a existência deste "salva-vidas" é um grande progresso, porque representa um novo e potencialmente valioso caminho para atacar as células do câncer", acrescentou. Segundo os cientistas, a molécula NF-kappaB colabora com a transformação das células sãs em cancerígenas e prejudica a ação dos remédios e da quimioterapia.
A novidade, de acordo com os pesquisadores, é que o Arf, ou a imitação de seus "poderes", poderia acabar com esta molécula e, em dado momento, até com a doença.
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